quarta-feira, 19 de março de 2008

como pode?


Tem coisas que, de tão geladas, queimam.
Tem belezas que, de tão belas, enjoam.
Tem cabeças que, de tão inteligentes, mesquinham.

Pois então, têm também tristezas que, de tão tristes, alegram.

São aquelas que brotam da certeza, da conformidade de algo que simplesmente não é. Vêm de uma morte qualquer, para o renascimento. Vêm do desfoque, refocado. De metas, remetidas. Vêm das pazes com Chronos, com Afrodithe e, em especial, com você mesmo. Vêm da certeza do que o universo enxerga de melhor para você. E do seu consentimento calado e sofrido. Consente porque sabe ser o melhor. ..

Por mais torto, mais estranho. Por mais triste.

segunda-feira, 3 de março de 2008

* sundae para acompanhar, senhor?


O texto que segue abaixo é o trecho final de um curta-metragem do Jorge Furtado que assisti.

Como ele, também não acredito em destino.

Acho que - no máximo! -, o que ocorre é que algumas coisas tendem a acontecer. Contextos pré-existentes facilitam alguns fatos na vida de cada um, mas até aí estar fadado à determinada sina simplesmente porque "está escrito" - como muitos acreditam – não. Isso não mesmo.

Acredito que sejamos responsáveis pelo rumo que damos à nossa vida. Acredito que se alguém tem o poder de executar algo feliz, estagnar algo infeliz, se arrepender, seguir em frente ou voltar atrás, acertar, errar e reparar, somos nós mesmos perante nossas próprias vidas. Acredito ser demonstração de infinita coragem, qualquer atitude que tenhamos que tomar que, de alguma forma, torne a caminhada de nossas vidas feliz o suficiente e, assim, ao olharmos para trás, não tenhamos a sensação de tempo perdido.

Tempo é experiência e, experiências infelizes são necessárias, mas quando deixamos que perpetuem, tornam-se tempos gastos em vão, desperdiçados... E a gente já tem tão pouco!

ESTRADA
Jorge Furtado

"(...)Você acredita no destino?
Eu não!
Eu acredito que o ser humano tem poder e totais condições para estragar a sua própria vida sem a ajuda de ninguém, tomando as decisões erradas nas horas impróprias, aliando-se a sacanagens diversas, acreditando em heróis, crentes e outros farsantes, apaixonando-se por pessoas doentes ou de péssimo caráter e, principalmente, acreditando CEGAMENTE em sua própria inteligência, bondade, charme, sanidade e senso de justiça. Um grave erro!
Às vezes as probabilidades permitem que você possa contar com alguns momentos bastante bons, que podem ser prolongados se você tiver alguém pra dividir e pra lembrar deles. Que podem ser em maior número, se você tiver a capacidade de planejá-los.
Acho que é isso: um amor recíproco, algum dinheiro, trabalho, muitos planos (prazerosos e executáveis) e (é claro!) um pouco de sorte!"