terça-feira, 16 de junho de 2009

etnem


- Cuidadooooooooooooooooo!!


Quando ouvi, era tarde...


- Aaaaaaiiiiiiiiiii!!


Se eu conto, ninguém acredita. Num é que um páraquedas caiu em cima de mim?! Bem aqui ó, na minha cabeça. Olha o galo!

Eu?

Primeiro, estrebuchada ao chão, me revoltei, claro. Afinal de contas, fiquei arrebentada!
E num é que o cidadão ainda me olhou feio!?
- Desculpe querido, não escolhi estar ali, bem naquele lugarzinho.

Bom, mas o fato é que, o coitado também não. Aconteceu e, convenhamos, ele ficou bem pior do que eu. Sofri uns arranhões fundos, verdade. Agora ele, nossa, fratura exposta nas pernas, nos braços e até no peito. Principalmente no peito. Não sei como não morreu.

O que o salvou foi aquela coisa estranha. Urgh!! Me arrepia só de lembrar.

Textura pegajosa, meio esverdeada. Quando espalhada - assim, como uma massa de pão - ela abre fissuras meio avermelhadas. Nunca vi algo parecido.

- Paraaaaaaaaaaaaa!! Não sai mais! Não dá!

- Dá sim! Tem que dar!


Ah, se eu tivesse dado um passo! Um mísero passinho para o lado. Aquele homem malvado teria se desfacelado ao meu lado, não sobre mim.
Não teria penetrado em meu cérebro, decido por minhas veias, tomado os meus órgãos da periferia para o centro, até atingir o meu coração e se instalar. Lá, e somente lá, ele sobreviveria.


- Aieeeeeeeeeeeeee! Nossa, amigo, calma! Sabe o que é? Quanto mais você tira, mais dói. E olha, eu to achando que isso não é feito pra sair daí não, hein?!

- Mas eu preciso de mais um pouco. Preciso. Guenta firme!


Foi fazendo parte: se aprumando, se encaixando, se encolhendo, se encrustando...


- Não tô mais aguentando! Não quero mais! Por favor, saia! Sinto muito, mas o que acontecer de agora em diante é problema seu! Não posso me responsabilizar! Ei! To falando com você! Ouuuuu!!

...do centro para a periferia, subindo as artérias, tomando a minha mente, minha tranquilidade, meu semblante menina, minhas sacadas marotas, minha felicidade.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

sobre desentendimentos, cansaços e pedras encantadas...


"Telegrama de Paris... Todos os dias recebo um. Recebi ontem, hoje, todos os dias... Aquele homem mal está doente de novo, as coisas vão mal pra ele. De novo pede perdão, suplica que eu volte pra ele, e na verdade eu devia mesmo voltar a Paris e ficar com ele durante algum tempo. O senhor está me olhando tão severamente, Pétia... Mas o que se pode fazer, querido? O que devo fazer? O que devo fazer? Aquele homem está doente, está sozinho e infeliz... Quem toma conta dele? Quem cuida dele para que não volte a fazer bobagens? Quem lhe administra os remédios na hora certa? E, por que negá-lo? Amo aquele homem, é verdade, amo-o, amo-o. Esta pedra presa no meu pescoço é que me puxa para baixo, pra dentro do redemoinho... Mas eu quero bem a esta pedra e não consigo viver sem ela... Não pense mal de mim Pétia.. Não diga nada... Nada."

quarta-feira, 22 de abril de 2009

a viagem é o viajante


"Que todos os viajantes encontrem a felicidade, aonde quer que vão.
E, que sem esforço, realizem o que se propuseram a fazer.
E, ao retornarem sãos e salvos, sejam recebidos com alegria por seus parentes."

Dalai Lama