terça-feira, 13 de maio de 2008

zeitgeist


Aí que ele assistia filmes que ela odiava.
Ele não lia, mesmo assim ela escrevia.
Ela estudava. Ele dormia e acordava.
Ele delirava, ela vivia.
Ela bebia. Ele inspirava – puxava forte.
Ela explicava, explicava... E cansava.
Ele brigava, depois chorava.
Ele se perdia, ela sempre o encontrava.
Ele amava, ela também.

- É fácil – continuou ele - É só não pensar – As palavras saíam de sua boca com serenidade que apunhalava, doçura que machucava. A feriu. E mesmo assim, sem conseguir parar de chorar, ela pediu, baixinho, numa humildade suplicantemente desesperada: “Então me ensina, por favor. Me ensina como você faz”.

5 comentários:

Josie Moraes disse...

Simplificando e complicando...

No fundo é tudo assim, sempre, o tempo todo.

beijos e saudade!

Guilherme Lima disse...

Caralho! Desculpa o palavrão, mas esse texto tá foda. O piro é que é assim mesmo como a Josie falou, o tempo todo. Mas as vezes os personagens se invertem...

Bjs

Gui

Lina disse...

Eu gostei muito desse. Eu vi o encaixe das peças que não são par no quebra-cabeça. Mas encaixam. E me levou a mim, me levou a ele, me levou a "Uma aprendizagem ou livro dos prazeres", me levou a sampa ( Será que a Mari tá amando?). Foi bom todos esse passeio.
bjos

Anônimo disse...

fantástico. Amor por extremos.

Anônimo disse...

nossa amiga, que poeta.
S-A-U-D-A-D-E-S
na